Tocada pela (c)alma das planícies alentejanas...
A paisagem a querer dizer-me algo sem palavras. A esmagar-me com a beleza das coisas que simplesmente existem.
Na rádio ouço algo alguém cantar sobre uma 125 azul, que me soa descontraído e alegre, apropriado, enquanto penso que aqui, os pouco automóveis que surgem com a estrada me parecem tão deslocados.
E estão.
Uma terra-Mãe repleta de vinhas, olival, seara e girassol. É toda uma paisagem a querer alimentar-me com aquilo que de melhor tem Portugal. E que em troca só me pede que a contemple em silêncio e devoção.
E tire uma ou outra fotografia para levar.
Levo também, na boca do coração, sabor de comida temperada de campo. Sabor a azeite e a alho, que teimaram em ficar a brincar no meu paladar.
E eu deixei. Até chegar o doce de uma queijada, tostada e rica.
O Sol, hoje, quer apenas abraçar-me carinhosamente, e não sufocar-me num aperto infernal. Ao reflectir-se nas searas , salpicadas de oliveiras ou sobreiros, dá-me um efeito cinematográfico de um mar dourado com pequenas ilhas verdes.
Surpreendo-me a amar também este simples, belo e calmo Portugal, e a querer levar algo dele comigo para o outro.
Aqui está.
(Texto escrito em 6 de Junho de 2009 na viagem entre Serpa e Beja, numa pequena agenda, e descodificado hoje com alguma dificuldade e algumas consequentes alterações)
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